Quem somos?

Bem-vindos a este espaço! Este blogue foi criado no âmbito da disciplina de Área de Projecto, com vista à participação no Concurso Inês de Castro. Aqui, vão poder ver os nossos recontos, trabalhos de pesquisa.


sexta-feira, 26 de março de 2010

Poetas cantam o Amor de Inês



As filhas do Mondego a morte escura,
Longo tempo, chorando, memoraram.

CAMÕES, Lusíadas. Canto 3, cxxxv


A Ulina
Soneto dedicatório
Da miseranda Inês o caso triste
Nos tristes sons, que a mágoa desafina,
Envia o terno Elmano à terna Ulina,
Em cujos olhos seu prazer consiste.
Paixão, que, se a sentir, não lhe resiste
Nem nos brutos sertões alma ferina,
Beleza funestou quase divina,
De que a memória em lágrimas existe.
Lê, suspira, meu bem, vendo um composto
De raras perfeições aniquilado
Por mãos do Crime, à Natureza oposto.
Tu és cópia de Inês, encanto amado;
Tu tens seu coração, tu tens seu rosto...
Ah!, defendam-te os Céus de ter seu fado!

Bocage



Da morte com as asas da andorinha
pois diminuta era a morte que esperava
aquela que de amor morria cada dia
aquela ovelha mansa que até mesmo cansa
olhar vestir de si o dia a dia
aquele colo claro sob o qual se erguia
o rosto envolto em loura cabeleira
Pedro distante soube tudo num instante
que tudo terminou e mais do que a Inês
o frio ferro matou a ele
Nunca havia chorado é a primeira vez que chora
agora quando a terra já encerra
aquele monumento de beleza
que pode Pedro achar em toda a natureza
pode Pedro esperar senão ouvir chorar
as próprias pedras já que da beleza
se comovam talvez uma vez que os humanos corações
consentiram na morte da inocente Inês
E Pedro pouco diz só diz talvez
satanás excedeu o seu poder em mim
deixem-me só na morte só na vida
a morte é sem nenhuma dúvida a melhor jogada
que o sangue limpe agora as minhas mãos cheias de nada
ó vida ó madrugada coisas do princípio vida
começada logo terminada.

Ruy Belo



Da triste, bela Inês, inda os clamores
Andas, Eco chorosa, repetindo;
Inda aos piedosos Céus andas pedindo
Justiça contra os ímpios matadores;

Ouvem-se inda na Fonte dos Amores
De quando em quando as náiades carpindo;
E o Mondego, no caso reflectindo,
Rompe irado a barreira, alaga as flores:

Inda altos hinos o universo entoa
A Pedro, que da morte formosura
Convosco, Amores, ao sepulcro voa:

Milagre da beleza e da ternura!
Abre, desce, olha, geme, abraça e coroa
A malfadada Inês na sepultura.

Bocage

INÊS DE PERTO E DE LONGE




A hora vespertina da penumbra
Inicia a viagem interior
Onde já tudo se apaga:
Jardins, musgos e fontes.
A terra prometida
Vem pela manhã,
No mel claro ou rosto
Que amacia os horizontes.
Arrefece ainda nas pedras,
Cicatrizes de presença.
Mas neste deserto diário
Há o oásis no outro lado.
Turva-se a memória
No caminho ébrio,
Cruzado do destino
Do ter ou do viver.
Fino gume tem o instinto
De mais alvorecer.
Na luz modulante da lua
Os anjos corrigem a noite.

Eduardo Aroso



«Toldam-se os ares,
Murcham-se as flores;
Morrei, Amores,
Que Inês morreu.

«Mísero esposo,
Desata o pranto,
Que o teu encanto
Já não é teu.

«Sua alma pura
Nos Céus se encerra;
Triste da Terra,
Porque a perdeu.

«Contra a cruenta
Raiva íerina,
Face divina
Não lhe valeu.

«Tem roto o seio
Tesoiro oculto,
Bárbaro insulto
Se lhe atreveu.

«De dor e espanto
No carro de oiro
O Númen loiro
Desfaleceu.

«Aves sinistras
Aqui piaram
Lobos uivaram,
O chão tremeu.

«Toldam-se os ares,
Murcham-se as flores:
Morrei, Amores,
Que Inês morreu.»

Bocage


Antes do fim do mundo, despertar,
Sem D. Pedro sentir,
E dizer às donzelas que o luar
E o aceno do amado que há-de vir...

E mostrar-lhes que o amor contrariado
Triunfa até da própria sepultura:
O amante, mais terno e apaixonado,
Ergue a noiva caída à sua altura.

E pedir-lhes, depois fidelidade humana
Ao mito do poeta, à linda Inês...
À eterna Julieta castelhana
Do Romeu português.

Miguel Torga

segunda-feira, 22 de março de 2010

Reconto da história de D. Pedro e D. Inês



D. Pedro estava noivo de D. Constança de Castela, que veio para Portugal com todo o seu séquito.
Nesse séquito, vinha uma bela aia chamada Inês de Castro. Logo que os olhares de Pedro e Inês se cruzaram, nasceu uma paixão, que iria ser eterna.
Porém, o amor destes não era aceite, pois Inês de Castro não pertencia à realeza e também porque D. Pedro estava comprometido com D. Constança.
D. Constança e D. Pedro casaram, nasceu o primeiro filho, mas nada alterou os sentimentos que Pedro nutria por Inês.
O Rei de Portugal D. Afonso IV mandou exilar Inês no convento de Santa Clara, onde D. Pedro não tinha acesso; contudo, os dois enamorados arranjaram maneira de se comunicarem.
D. Constança convida D. Inês para madrinha do seu segundo filho, visando afastar os dois amantes, que agora estavam ligados por um grau de compadrio. Passado algum tempo, D. Constança engravidou do seu terceiro filho e morre ao dar à luz.
Com a morte de D. Constança, D. Pedro viu o caminho livre para viver o seu amor com D. Inês, mas ,mesmo assim, o seu pai não permitia esta união. Então, foram viver os dois para o Norte de Portugal.
Um dia, D. Pedro partiu para a caça, deixando Inês sozinha. Tendo conhecimento desta situação, o rei D. Afonso IV,juntamente com três dos seus conselheiros, apareceram com o objectivo de a matar. Perante as súplicas de Inês, D. Afonso IV afasta-se e diz aos conselheiros para agirem da forma que achassem correcta. Os três carrascos assassinam cruelmente a bela Inês.
Quando D. Pedro chega da caça, depara-se com sua amada inerte no chão. Perante esta horrível cena, fica com o coração completamente destroçado e jura vingança.
Revoltado foi ter com os irmãos da sua amada e declarou guerra a D. Afonso IV. Valeu a intervenção de sua mãe, a rainha D. Beatriz, que fez com que fosse assinado um acordo de paz.
Os três conselheiros foram aconselhados a refugiarem-se em Castela.
D. Pedro quis fazer justiça e perseguiu os carrascos da sua bela amada, conseguindo matar dois deles.
D. Pedro queria que D. Inês fosse rainha, por isso desenterrou o seu corpo e procedeu à cerimónia de coroação, fazendo o ritual do beija-mão. D. Inês é, pois, coroada rainha, depois de morta.
Actualmente, os corpos dos dois amantes permanecem lado a lado nos túmulos que D. Pedro mandou construir no Mosteiro de Alcobaça.


Diana; Filipa; Pedro Lopes; Tânia Sampaio
9º C

Reconto da história de D. Pedro e D. Inês


D. Pedro era filho de D.Afonso IV e de D. Beatriz. Chegando à idade de casar, os seus pais, como era tradição, comprometeram-no com uma dama Castelhana chamada D.Constança. Quando esta chega a Portugal, para casar com D.Pedro vem acompanhada por todo o seu séquito de aias, entre as quais a bela Inês de Castro. D.Pedro fixou o olhar em Inês e o seu coração não se conseguiu abstrair da sua beldade. Iniciou-se naquele momento um amor lindo e eterno. D.Pedro pede autorização ao pai para casar com Inês mas esta proposta é recusada, pois esta não pertencia à realeza.
Em 1339 D. Pedro casa-se com D.Constança, com quem inicialmente tem 2 filhos mas o seu coração pertencia a Inês, com quem mantinha uma relação de adultério.
Numa tentativa de separar os amantes, desejando que o amor entre ambos desvanecesse, D. Afonso IV manda exilar Inês no convento de Santa Clara em Coimbra, onde D.Pedro não tinha acesso. Mas de nada adiantou pois os dois enamorados conseguiram manter contacto enviando cartas de amor um ao outro.
Em 1343 D.Constança convida Inês para ser madrinha de D. Luis pensando que este laço de compadrio poderia acabar com o romance. Mas o príncipe não chega ao primeiro ano de vida. D.Constança grávida do terceiro filho morre ao dar à luz. D. Pedro vê então o caminho livre finalmente viver o seu amor de forma plena. O casal vai morar para o norte de Portugal.
A corte começou a ficar preocupada porque os filhos bastardos de D. Pedro e D. Inês (D. João, D. Dinis e D. Beatriz ) estavam na idade adulta, enquanto o filho legítimo, D. Fernando I, ainda era criança pondo em risco o trono Português.
Num certo dia de Janeiro de 1355, D. Pedro partiu para a caça deixando Inês sozinha.
Tendo conhecimento que Inês se encontrava só, o rei acompanhado de três conselheiros: Diogo Lopes Pacheco, Álvaro Gonçalves e Pêro Coelho vão ter com Inês com intenção de a matar. Inês suplicou ao rei pela vida e este, comovido pelas súplicas, afasta-se ordenando aos conselheiros que procedessem do modo que entendessem. Estes executam a bela dama apunhalando-a.
Assim morreu Inês! Condenada à morte simplesmente por amar!!
D. Pedro fica destroçado e muito revoltado. Então, juntamente com os irmãos de D. Inês forma um exército e declara guerra a D. Afonso IV. No entanto, D. Beatriz, sua mãe, intervém a favor da reconciliação. Em Agosto de 1355 foi assinada a paz e D. Pedro prometeu perdoar àqueles que mataram a sua amada. Contudo, era uma estratégia.
Aconselhados, os três carrascos fogem para Castela.
Entretanto em 1357 D. Pedro sobe ao trono e persegue os assassinos da sua amada. Diogo Pacheco foi o único que se salvou, os outros foram mortos.
Como D. Inês sempre foi o seu verdadeiro amor, depois de morta D. Pedro coroou-a rainha efectuando o ritual do beija-mão.
D. Pedro mandou construir um túmulo para D. Inês e juntamente outro para ele, para que pelo menos depois de mortos pudessem permanecer juntos para sempre.
D. Pedro morre em 1367.
Os corpos dos dois amantes encontram-se no Mosteiro de Alcobaça.



Carla Lopes; Roberto; Cristiana; Nuno
9c